Wedson Tito da Mota
Serrinha-Ba
Imagem de Senhora Sant’ Ana no ato
do bairro da santa.

HISTÓRIA
DE SERRINHA E SUAS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO COLONIAL
HISTÓRIA DE SERRINHA
Bom, Serrinha teve como seus primeiros habitantes os índios Cariris, designação dada às primeiras famílias de línguas indígenas do sertão do Nordeste, o grupo de etnia local mais presente eram os Biritingas. Entretanto foi a chegada do português Bernado da Silva, comandante de uma expedição de colonização portuguesa, em 1715, que a organização urbana da cidade se deu. Assim, foi iniciada a construção de uma capela sob a invocação da Senhora Santana, padroeira da cidade, já que a igreja católica estava diretamente ligada ao processo de colonização realizada pelos portugueses. A capela era filiada a freguesia de São João de Água Fria. Há esse tempo o povoado já possuía algumas casas cobertas de telhas de cerâmica e servia de pousada aos visitantes, comerciantes e tropeiros que se destinavam ao Rio São Francisco, sendo que por haverem na época algumas nascentes, muitos dos viajantes tinham na região um local de descanso para eles e os animais (gado).
Em 1º de junho de 1838, a lei nº 67 criou o Distrito de Paz de Serrinha, e levou a capela à categoria de paróquia própria, pelo Arcebispo D. Romualdo Antônio Seixas. Em 24 de outubro de 1763 foi nomeado capelão o Pe. Antônio Manuel de Oliveira.
Presume-se que o ano de 1646, a igreja católica deu início ao processo catequização dos índios Biritingas, os quais viviam na região.
Pela Lei Provincial nº1.069 de 13 de junho de 1876, foi o Arraial de Serrinha elevado a categoria de Vila e criado o Município de Serrinha, com território desmembrado do município de Purificação dos Campos, sendo inaugurada a 11 de janeiro de 1877. A Vila de Serrinha recebeu foros de "cidade" pelo Ato Estadual de 30 de junho de 1891, assinado pelo Barão de Lucena, fato que constou da data de 04 de junho de 1891 do Conselho Municipal de Serrinha. A instalação solene da cidade ocorreu em 30 de agosto de 1891 segundo consta da Ata do Conselho Municipal de Serrinha do referido dia.
A história de Serrinha pode ser
melhor entendida para aqueles que tiverem interesse no livro: A Colonização
Portuguesa numa Cidade do Interior de Bahia, do jornalista e escritor Tasso
Franco que nos conta sobre a influência da
colonização portuguesa numa cidade baiana, com a adoração dos santos, os
costumes, as festas populares católicas e profanas, a cultura, a arte, e dados
históricos da penetração das entradas baianas e dos vaqueiros que se fixaram no
sertão da Bahia.
Semana Santa em Serrinha
Encenação da crucificação de Cristo na Colina de Senhora
Santana
A
influência do catolicismo imposta pelos colonizadores portugueses, também fez
parte da colonização da cidade de Serrinha/BA e perpetua-se até os dias atuais.
A Semana Santa é o período mais importante da fé cristã, e com ela brota ao
longo do processo histórico um conjunto de práticas, ritos e tradições que
compõem um riquíssimo legado cultural. Sendo assim, é com imensa satisfação que
trago para a nossa postagem da semana uma imagem de cunho regional. Dentre os
diversos ritos que compõem a Semana Santa, não poderia deixar de destacar
aquele que é mais tradicional no município de Serrinha/BA, a “Procissão do
Fogaréu”.
Procissão do Fogaréu de Serrinha
A Igreja Católica serrinhense realiza o
Fogaréu há oito décadas, num ato de fé cristã a região costuma reunir milhares de
pessoas não só da cidade, mas de outras localidades, que com tochas com velas acesas nas mãos, os fiéis relembram e
remete a simbologia dos instantes da captura de Jesus, aonde os soldados que o
procuravam, iluminavam a passagem da coluna militar com tochas.
Assim, podemos
dizer que a Procissão do Fogaréu é um dos ritos culturais mais ricos da história
de Serrinha, e que nos remete à forte colonização portuguesa
vivenciada por aqui e como qualquer outro ato tradicional, perpassou por vários
contextos históricos diferentes e que por naturalidade absorveu os valores
vividos em cada época.
Imagem
atual da Procissão do Fogaréu de Serrinha
As feiras
em Serrinha/BA
Feirantes
comercializando produtos confeccionados com cerâmica.
Como é sabido,
as feiras acontecem desde á época medieval e no Brasil tem suas raízes na
colonização e assim como antigamente, as feiras existem hoje, acontecendo
nestas feiras as compras e vendas de diversos produtos, especialmente as
especiarias da culinária regional, tal como da brasileira. Essa tradição das
feiras livres contribui para as relações sócio-econômicas, promovendo assim, o
desenvolvimento do município de Serrinha até os dias atuais. A principio a
feira acontecia na Praça da Matriz, atual Praça Luiz Nogueira, tinham uma
grande variedade de produtos, tais como: frutas, verduras, beiju, peças de alumínio,
louça de barro, artefatos de couro, esteiras, cereais dentre outras mercadorias.
Imagem da
feira livre em Serrinha.
Arquitetura
características do período colonial.
A cidade de Serrinha ainda
tem traços da arquitetura do período colonial, muitos monumentos com o decorrer
dos anos foram extintos ou modificados, perdendo os traços da colonização na
cidade, porém muitos prédios se mantém com sua arquitetura original, trazendo
traços da arquitetura barroca.
Igreja Matriz de
Serrinha.
Interior
da Igreja Matriz.
Grande Hotel de Serrinha atendia a estação
ferroviária da cidade, mais luxuoso hotel que a cidade. Hoje o Hospital Geral
de Serrinha
Estação Ferroviária de Serrinha.
Atual Estação Ferroviária de
Serrinha.
Primeira sede da Prefeitura de
Serrinha.
Antiga seda da prefeitura de Serrinha.
Antiga fábrica de tecelagem de Serrinha - Hoje o atual Colégio Estadual Rubem Nogueira.
Colégio Rubem Nogueira.
Referências:
FRANCO, Tasso. Serrinha: A Colonização Portuguesa numa Cidade do Interior de
Bahia. Salvador: EGBA/ Assembleia Legislativa do Estado, 1996.
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